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Arquitetura em Santos



A História da Arquitetura em Santos

Século XVII - O Barroco na arquitetura de Santos
Se até o século XVI a imaginação era desvalorizada, por ser considerada o lado oposto do conhecimento, a partir do século XVII há uma mudança na percepção da imaginação e ela passa a produzir valores. Surge uma especialização profissional na realização de obras de arte religiosas (como as do Aleijadinho no Brasil), que aos poucos confere uma maior autonomia do artista em relação a conceitos até então pré-concebidos. Pela primeira vez o artista via a arte como um produto de sua mente, e não da natureza ou de uma autoridade.

A apropriação do Barroco pela Igreja Católica Romana é uma tentativa de persuadir a população a se converter ao Deus católico, em face das heresias da contra-reforma protestante que ameaçavam o poder de Roma. O esforço é para passar a crença em algo que não está presente, mas que se coloca no horizonte do possível, através da imaginação expressa na arquitetura e na decoração do interior de suas igrejas. Estas não devem localizar-se em cantos isolados da cidade, mas sim, representar o significado do poder de Deus através de sua monumentalização.

Na cidade de Santos, as igrejas das Ordens I e III do Carmo, projetadas pelo mestre Manoel Lopes, são as que melhor representam o ideário barroco. Com o término da construção, em 1752, o conjunto abrangia também a maior parte do convento carmelita, já demolido. Na época, o conjunto do Carmo se destacava das demais construções da cidade por seu porte e sofisticação arquitetônica. Curiosamente, a torre não foi construída entre a igreja e o convento, como na maioria dos conjuntos desse período, o que lhe atribui um aspecto singular. Sua fachada possui portas e balcões superiores encimadas por verga curva de pedra e arrematada por frontal ondulado, o mesmo ocorrendo na Ordem III. A torre do campanário é revestida em azulejos marianos do século XVII e coberta por cúpula bulbosa, comum a este movimento artístico. Quanto às obras de arte internas, o retábulo central, primorosa obra de entalhe, segue as características daqueles esculpidos na metade do século XVIII: as colunas afastadas dão lugar à imagem de Nossa Senhora do Carmo, volutas e florões levados pela imaginação multiplicam-se por toda a parte, dando suporte aos arcos que recebem o dossel.
Acima na foto à esquerda se vê o conjunto do Carmo, formado por duas igrejas,
uma torre de sinos e o convento. A Capela da Ordem Terceira do Carmo (da esquerda) possui uma pia batismal de 1710 e o conjunto barroco dos altares
laterais, representando a via sacra, é considerado o mais importante do litoral paulista.
A igreja de N. Sra do Carmo (da direita) tem altares laterais esculpidos
em jacarandá e o altar-mor em estilo rococó folheado a ouro (foto à direita).
O que ver hoje
Igrejas e Convento do Carmo: conjunto concluído em 1752.
Praça Barão do Rio Branco, s/n - Centro
O que perdemos
Igreja Matriz de Todos os Santos: datada de 1746, ficava na atual Praça da República e foi demolida em 1908, quando a praça foi reurbanizada e recebeu o monumento a Brás Cubas.
Igreja de São Francisco de Paula: datada de 1760 e inicialmente chamada de Igreja de São Jerônimo, ficava no sopé do Monte Serrat, ao lado do túnel. Serviu à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia e foi desativada em 1945, quando o hospital mudou para o Jabaquara. Foi demolida no final dos anos 50.
Capela de Jesus, Maria e José: ficava na Rua da Praia (atual Tuiuti), e foi demolida em 1902 para a construção do cais. Foi conhecida como Igreja do Carvalho, por ter sido mandada construir pelo coronel de milícias José Antonio Vieira de Carvalho, e recebeu ainda outras denominações, como Capela do Terço e de N. Sra. da Conceição..

A Igreja da Matriz de Todos os Santos em postal que circulava em 1905.
Com a reurbanização da Praça da República, em 1908, ela foi demolida
sob a alegação de que estava infestada por cupins (col. João Gerodetti).












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